sexta-feira, 20 de setembro de 2013

domingo, 15 de setembro de 2013

Um, Dois, Três: Alice! em duas únicas apresentações no Teatro Municipal de Itajaí


Contada através da literatura, cinema e teatro por inúmeras vezes, adaptada de diversas maneiras para crianças e adultos, a imortal obra de Lewis Carroll ganha uma nova leitura pela Téspis Cia. de Teatro. Livremente inspirada em “Alice no País das Maravilhas” e “Alice através do espelho”, a Cia. de Itajaí retorna para apresentar o seu mais novo espetáculo para crianças de todas as idades, dessa vez no Teatro Municipal de Itajaí.

Fotos: Fernanda de Freitas Pereira
Um, Dois, Três: Alice! explora a ludicidade tanto no jogo corporal dos atores como no uso de objetos em cena. Para contar a aventura de Alice que mergulha em um mundo cheio de enigmas e fantasias, a Téspis Cia de Teatro, lança mão de diversos elementos, como: cenários que se movem e se transformam em diversos ambientes, objetos de brinquedo que ajudam a compor os personagens e a utilização de projeção de vídeos. O Coelho Apressado, A Rainha de Copas, A Duquesa, A Lagarta, O Chapeleiro Maluco, Os Animais da Floresta, As Cartas de Baralho e Alice, encontram-se novamente para recontar essa história que tem mais de 150 anos, mas não deixa de encantar crianças e adultos.

Portanto, não se prenda a lógicas corriqueiras e nem a ideias pré-concebidas. Aceite o jogo e jogue com os atores através da corporalidade e dos elementos lúdicos utilizados em cena. Venha e mergulhe de cabeça dentro da toca do coelho. Deixe-se afetar pelas fantasias e maravilhas que Alice encontra em sua jornada. Aproveite porque o tempo é curto e corre feito um coelho e ao final de tudo a Rainha o aguarda para um jogo de críquete.

Serviço:
O quê? Espetáculo Um, Dois, Três: Alice!
Onde? Teatro Municipal de Itajaí
Quando? Dia 29 de setembro (domingo) - as 16h e as 19h
Quanto? R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia entrada - estudantes, maiores de 60 anos e classe artística)



Mais informações sobre o espetáculo? Clique Aqui!!!

domingo, 8 de setembro de 2013

Lili na estrada!



Mal terminou o Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha e a Téspis Cia de Teatro já está na estrada novamente! Próxima parada: São José dos Campos, SP.


Lili reinventa Quintana é um dos cinco espetáculos nacionais da extensa programação do 28o. FESTIVALE que já está ocorrendo naquela cidade e segue até o dia 13 de setembro.

A Téspis apresenta-se no dia 11, as 15h, no Cine Santana. Se estiver pela cidade, venha!!!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Crítica do "Pequeno Inventário de Impropriedades" no Festival Brasileiro de Teatro

A Téspis Cia. de Teatro participou neste final de semana (domingo, 01) do III Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha que está acontecendo na cidade de Itajaí. O evento é acompanhado por críticos que atuam na revista digital Questão de Crítica e um deles escreveu um texto falando sobre nosso espetáculo.

Leia abaixo:

Foto: SECOM/Itajaí - Victor Schneider
Deslimite
Crítica de Humberto Giancristofaro para a peça Pequeno Inventário de Impropriedades, da Téspis Cia. de Teatro – Itajaí/SC

Um homem comum, uma vida comum, um cotidiano comum. Em meio a tanta previsibilidade, adormece qualquer vontade de realização e o personagem da peça Pequeno Inventário de Impropriedades se repete na sua vida ordinária. Mas o que é preciso fazer, ou pelo que é preciso passar para que a vida seja chacoalhada e um novo animo tome conta do seu ser? Com este homem, uma cadeia de violências, transformam o pacato senhor em uma besta fera, cheio de energia e potência. Violências, porém, que se revelam cotidianas e formadoras da vida. O ator e dramaturgo Max Reinert constrói esse personagem expondo a intimidade de seu pensamento. Esse é o dispositivo principal da peça, misturar o universo interior do pensamento com o das ações. Dentro da cabeça, esse homem vai descobrindo que pode mais do que sua coragem lhe permite. Aos poucos, a força desses pensamentos conferem energia para modificar as decisões e as suas ações. A direção de Denise da Luz opta por ir revelando aos poucos essa transformação para que ela seja plausível e não cause um distanciamento do publico, por maior que seja a estranheza que surja, o espectador é sempre levado a confiar naquele personagem.

Foto: SECOM/Itajaí - Victor Schneider
O dispositivo que coloca no mesmo nível pensamento e ação faz a realidade parecer duvidosa. Em alguns momentos não se sabe se o que estamos assistindo é uma ideia escondida no fundo da mente daquele homem ou se ele realmente passou por aquilo. Como é o caso de sua internação num hospício, não se sabe se esse é um medo ou um fato na vida do personagem. Mas uma coisa é certa, mentalmente ou fisicamente tanto faz, ele passa por essas experiências que deixam marcas na sua vida. Essa é uma questão forte da peça: mesmo o que é imaginado tem seu nível de realidade. O auge dessa mescla que confere materialidade ao pensamento é vista enquanto o personagem sonha. Ele devaneia com cavalos toda a noite, ilustrando a sua fobia da vida. Essa imagem pode ser equiparada ao caso clássico do pequeno Hans, paciente de Freud que projetou para o medo de cavalos toda as suas inseguranças, especialmente as relacionadas a figura de seu pai.

Foto: SECOM/Itajaí - Victor Schneider
Na peça Pequeno Inventário de impropriedades o personagem com sua incapacidade de sentir qualquer coisa - ele não sente nada pelos filhos, pela mulher, nem por ninguém - supera sua fobia pela sua transformação em um devir-cavalo. O personagem aparece vestido com a cabeça de um cavalo e, a partir dessa metamorfose, ganha forças para atuar cada vez mais de acordo com seus pensamentos. Ou seja, abre espaço para eliminar a mesmice da sua vida e passa a se tornar cada vez mais violento. A violência, porém, não é vista aqui de forma pejorativa, é uma violência para romper as amarras e possibilitar uma nova posição diante a vida.

Outro dispositivo utilizado por Max em seu texto é a inserção de narrações. Elas servem como um referencial, como uma voz de fora da realidade daquele personagem que tem o poder de guiá-lo, de ajudá-lo a se posicionar e se expressar com mais exatidão. A narração é uma voz da consciência que o leva a concluir que “nos igualamos na dor”. Com esse reconhecimento a peça fecha o seu ciclo, no qual o personagem não se vê especial porque sofre, ao contrário ele é comum por sofrer as mesmas dores que todos passam e é isso que nos irmana.